A virada de ano em Paulo Afonso, tradicionalmente marcada por simbólicas comemorações, se transformou em um verdadeiro fiasco em 2024.
A Prefeitura de Paulo Afonso, mais uma vez, demonstrou total omissão ao deixar de realizar qualquer tipo de evento para marcar o fim de ano.
A ausência de uma decoração natalina, que nunca deveria ser vista como opcional, é apenas um reflexo da falta de planejamento e do descaso com a cidade e seus comerciantes.
A situação ficou ainda mais grave para o comércio local, que depende, em grande parte, de eventos e ações públicas para impulsionar suas vendas. Com o município deixando de lado até as mínimas iniciativas de lazer e entretenimento, os ambulantes decidiram agir e com recursos próprios e sem apoio oficial, decidiram tomar as rédeas da situação.
Motivados pela escassez de opções de diversão e pelo sentimento de abandono e lixo espalhado por toda a cidade, organizaram, de forma autônoma, a festa da virada, com apresentações de artistas locais.
Essa festa improvisada, com recursos limitados, acabou se tornando uma resposta direta à falta de ação da administração pública. Em um esforço para gerar algum tipo de renda e proporcionar diversão à comunidade, os ambulantes assumiram um papel que deveria ser do poder público.
O evento promete trazer alegria à cidade, mas também levantou sérias questões sobre a capacidade de gestão da Prefeitura de Paulo Afonso.
A omissão da gestão municipal se reflete não apenas na falta de eventos de final de ano, mas também na ausência de políticas públicas voltadas para o incentivo ao comércio local. A cidade, que possui grande potencial turístico e cultural, parece à deriva em termos de planejamento e incentivo ao desenvolvimento econômico.
O comércio de Paulo Afonso, especialmente os vendedores ambulantes, que já enfrentam uma realidade difícil e sem apoio, se vê, agora, diante de uma cidade sem ações que estimulem a economia local. A falta de decoração natalina é apenas a ponta do iceberg. O grande problema está na inação da Prefeitura, que deveria ser a principal fomentadora de eventos, mas que, ao contrário, deixa de atender às necessidades básicas da população.
A Festa da Virada, organizada pelos ambulantes, é uma demonstração clara de como a sociedade civil pode se unir para superar a ausência do poder público.
Porém, não se pode depender sempre da boa vontade de quem luta para sobreviver. Paulo Afonso merece mais do que a omissão. É urgente a transição de gestão municipal que parece não ter superado o fracasso nas urnas.