Já se passaram quase 30 dias desde que as instalações elétricas das lojas de confecções do mercado municipal de Paulo Afonso foram desligadas. O desligamento feito por eletricistas da Prefeitura foi determinado pelo Corpo de Bombeiros, após uma inspeção que constatou erros nas ligações, com risco de curto-circuito.
Segundo os permissionários de pontos de venda do 2° piso, a administração do mercado prometeu refazer as ligações de forma correta para não comprometer a segurança de trabalhadores e clientes. Mas até agora não foi dada nenhuma satisfação, e em pleno mês de dezembro, as vendas estão sendo prejudicadas.
Com luzes apagadas e sem sequer um ventilador para amenizar o calor, os clientes que tradicionalmente faziam as compras de fim de ano nas lojinhas da feira coberta estão migrando para outros locais. Mesmo pagando mais caro por produtos iguais, os clientes optam por comprar em lojas bem iluminadas e climatizadas, enquanto no mercado, os pequenos comerciantes que investiram na renovação dos estoques correm o risco de terminar o ano com sobra de mercadorias e faturas para pagar. Até mesmo a web rádio que funcionava no 2º piso, está fora do ar por falta de energia.
Já tem lojista planejando mudar de endereço. Um deles disse à reportagem que já abriu uma loja no centro da cidade e que o futuro de sua empresa pode estar fora do mercado, onde vai completar 12 anos de atividades.
“Eu trabalho aqui desde fevereiro de 2012, investindo, gerando empregos, pagando taxas, impostos, e agora percebo que meu trabalho não é reconhecido. Sinto-me como se estivesse sendo convidado a me retirar”, lamenta.
A feira-livre coberta de Paulo Afonso, uma das primeiras do Brasil, foi um marco nas realizações do Governo Municipal em 2012. Até aquele ano, cerca de 500 feirantes vendiam frutas, verduras e legumes em lonas ou diretamente no chão. A então Secretaria de Desenvolvimento Econômico (extinta) fez um cadastramento e cada um foi contemplado com um espaço dotado de estrutura moderna, conforto e segurança, pagando uma pequena taxa mensal para custear a manutenção do novo mercado. Além de hortifruti, os espaços foram projetados para venda de artesanatos, confecções, calçados, laticínios, lanches e refeições.
Por: Washington Luís